A disparada do ouro está chamando a atenção em 2023. A cotação do metal em Nova York saltou 10% neste ano e alcançou o maior nível em quase três anos, rompendo os US$ 2 mil por onça-troy. O preço foi às alturas porque a demanda aumentou em um ambiente cheio de dúvidas em relação ao futuro da economia. Investir em ouro é uma forma de proteger o patrimônio e dá para fazer isso de diferentes jeitos no Brasil.
O medo costuma levar os bancos centrais e os investidores mais ricos a aumentarem a compra de ouro, porque ele é considerado há séculos um símbolo de preciosidade, que funciona como reserva de valor em cenários de incerteza. Nesses momentos, é comum que as cotações do metal subam mais do que as ações.
É exatamente isso que está acontecendo agora. Os bancos centrais ao redor do mundo aumentaram as taxas de juros para combater a inflação, mas esse remédio causou efeitos dolorosos. Cresceu a expectativa de que a economia global desacelere e entre em recessão e que os juros comecem a cair em breve. A previsão piorou após a crise bancária, que começou com o colapso do Silicon Valley Bank, nos Estados Unidos, e até espirrou no Credit Suisse, na Europa.
É o ambiente perfeito para o ouro colocar à prova a sua fama de porto-seguro em cenários de turbulência. “Com os juros altos como estão, a recessão será um pouco pior do que o mercado está esperando. Considerando que ouro performa muito bem nesses ambientes, faz sentido ter o metal na carteira”, afirma Dan Kawa, chefe de investimentos da gestora de patrimônio TAG Investimentos.
A expectativa é que o preço do ouro siga subindo daqui em diante e isso tem levado alguns gestores de fundos brasileiros a comprarem o metal. Os analistas e gestores de investimentos aconselham que especialmente os investidores com mais dinheiro e que já possuem renda variável diversifiquem a carteira com ouro. É uma boa forma de minimizar o risco de prejuízo.
Contudo, não dá para esperar que o ouro tenha um retorno estratosférico em qualquer situação. Em ambientes calmos, geralmente as ações e os títulos de renda fixa rendem mais. Os especialistas indicam investir até 5% da carteira em ouro, não mais do que isso. As alternativas mais tradicionais para investir em ouro são comprar barras em empresas especializadas ou contratos na bolsa. Contudo, essas opções não são indicadas para pessoas físicas, porque é arriscado guardar as barras e é caro e complicado investir em contratos.
É melhor investir em fundos de ouro, acessíveis em bancos e corretoras. Os benefícios são a aplicação mínima e a taxa de administração baixas, a facilidade de investir e a gestão profissional. Os gestores compram ouro de diferentes formas e escolhem a que julgam melhor, dependendo do momento.
Existem duas modalidades de fundos de ouro. Alguns contam com proteção cambial, ou seja, não estão expostos à variação do dólar. Esses acumulam mais rentabilidade neste ano. Já outros não contam com a proteção cambial, ou seja, estão expostos à variação do dólar. A cada ano que passa, um tipo diferente vai melhor.
Fonte: Júlia Lewgoy, Valor Investe — São Paulo
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